terça-feira, 18 de setembro de 2012

"A cultura interfere no Plano Biológico" e "Os indivíduos participam diferentemente de sua cultura"



A cultura interfere no Plano Biológico


Foi tua fé que te curou a tua cultura que te modificou?

A cultura é algo tão intrínseco ao ser humano que com ela pode-se decidir sobre aspectos da vida e mesmo da morte dos indivíduos. Que ela interfere em nossas opções, no modo de viver e nas decisões que tomamos fica claro; mas até que ponto ela pode invadir a seleção natural de um povo, com o poder de vida e morte nas mãos? Parece surreal e distante. Mas até o ato de deixar o mundo (e ir para onde a crença determina) é algo cultural. Logo, relativo por si só.
Ainda que pareça complexo pensar a respeito, sabe-se que a mudança é algo recorrente e inadiável, e quando acontece pode colocar em cheque toda a história de um povo. Foi assim com os judeus que inseridos num regime onde eram vistos como vermes,  foram dizimados. Índios foram obrigados a abrir mão de suas crenças devido ao etnocentrismo português. Jovens cooptados para integrar um renovado exército de homens-bomba. Africanos que ao serem arrancados de seu país perderam sua identidade e a vontade de viver, ficando como já dizia a canção:

“Com a boca escancarada cheia de dentes
Esperando a morte chegar...”
(Ouro de tolo- Raul Seixas)

            Vários outros grupos sociais foram pressionados a mudar seus hábitos, e por isso mesmo, passaram por crises gravíssimas, ou seja, por estarem inclusos no contexto histórico/ cultural de dado povo, teve seu plano biológico alterado.
                                           
       
Negros sendo explorados
Treinamento para jovem exército de homens-bomba
                                                       

           
Judeus num campo de concentração

                                 

Um exemplo onde fica claro que a cultura interfere no plano biológico é a história dos índios Kaapor (Grupo Tupi do Maranhão) que acreditavam que se alguém visse um fantasma, poderia morrer por conta disto. Em uma passagem, certa índia membro desta cultura, procurou homens brancos buscando “añan-puhan” (remédio para fantasma em português) e lhe foi dado um comprimido de vitaminas que deu muito certo com ela e com outros indivíduos que passaram pela mesma situação; acreditando ter tomado um remédio mágico não apresentou maiores complicações (cura para a doença psicossomática). Retomamos a pergunta inicial: Foi tua fé que te curou a tua cultura que te modificou?
Com isto podemos afirmar que é visível a atuação da cultura no plano biológico; coisas como “beber água depois de ter tomado café quente faz mal”, “é preciso tirar o veneno que tem na ponta do pepino”, são aspectos culturais que se as pessoas acreditam enfaticamente, certamente, sentirão alguma espécie de mal estar caso consumam; ainda que ao serem questionadas não tenham algum fundamento científico que comprove a crença.
A fome e os alimentos ingeridos também são fatores de cunho cultural. Para os brasileiros é comum um café com pão pela manhã; já para os japoneses no café da manhã a refeição, mais importante, é completíssima. Britânicos e indianos consomem chá, no entanto, diferentemente, os ingleses são pontuais no consumo, fazendo do chá uma leve refeição no fim da tarde enquanto indianos o tomam pela manhã e a noite e na maioria das vezes o chá é do tipo preto.

Chá

Café da manhã brasileiro
Café da manhã japonês
                 









                   
Os indivíduos participam diferentemente de sua cultura


É fato que cada indivíduo participa de modo diferente em sua cultura e que há certa limitação nesta participação, ocorrendo da cultura mais simples para a mais complexa. A faixa etária é um fator determinante para a participação de cada um na sociedade. Com isso temos duas linhas de análise possível, a primeira de ordem cronológica e a outra cultural. Uma criança de cinco anos de idade não pode atuar socialmente como um jovem de vinte e três, e um idoso de oitenta e quatro fatalmente apresenta outro contexto. Já a explicação de ordem cultural é diferente, embora se saiba que ninguém pode participar de sua cultura em todos os seus aspectos. Podemos apontar que há ausência de justificativas plausíveis para o limite entre as classes etárias. Por qual motivo um jovem de dezoito anos completos pode ser julgado por um crime e outro, dias mais novo, recebe tratamento diferenciado? O que, de fato, os torna diferentes? Qual seria a lógica para um jovem que, aos dezesseis anos pode votar, e com a mesma idade não pode ter uma carteira nacional de habilitação?
Não existe a possibilidade de um indivíduo dominar completamente aspectos de sua cultura: pelo contrário, ele pode permanecer ignorante diante de alguns deles; Laraia apropria-se do exemplo de Albert Einstein, que era um físico brilhante, mas um violinista medíocre e acrescenta que, provavelmente, seria um desastre enquanto pintor. Pensando nisto, cada um dá para a sociedade um tipo de contribuição, isso os torna distintos. Em contrapartida a cultura os torna semelhantes.
[...] O presidente  preside
o operário opera
o médico medica
o advogado advoga
o cobrador cobra
o procurador procura
o motorista motora 
o costureiro costura [...]

(Arnaldo Antunes - "O que swingnifica isso?")

Ainda que não domine por completo todos os elementos culturais do grupo ao qual está inserido, cabe ao indivíduo o mínimo de participação na pauta de conhecimento cultural para que seja possível a articulação/interação com os demais membros da sociedade. É preciso saber “prever” a maneira das pessoas agirem em determinadas situações. Para ilustrar imagine um grupo de amigos na praia: se um deles sugere que todos entrem na água espera-se que coloquem roupas específicas para tal feito (sungas e biquínis), o que seria surpreendente, ao menos para nós, brasileiros, seria todos entrarem na água com jeans, moletom e tênis. Como já diria o poeta "Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho ímpar".
Sendo assim, temos padrões comportamentais, mas quebrá-los nem sempre causa falta de comunicação. Algumas vezes eles não são suficientes e acabam não dando conta de peculiares situações, daí nascendo os conflitos (de uma impossibilidade de controle por parte do conjunto de regras sociais). Um exemplo de socialização inadequada é o do norte americano Jim Jones (pastor que se intitulava Deus) e que após ser denunciado por ex-membros de sua seita e perseguido pelo exército americano encontrou uma drástica solução, incentivando os fiéis a tomarem suco de uvas com substâncias venenosas. Este episódio que ficou conhecido como “o massacre de Jonestown” matou mais de 900 pessoas por envenenamento, e o líder, Jim Jones, foi encontrado com um único tiro na cabeça.  



Triste cena do massacre de Jonestown


     Esse trágico exemplo ilustra o que pode ocorrer com um indivíduo que “desobedece” as regras de um grupo. Jim Jones fugiu do padrão americano, no qual estava inserido, e desta maneira, viveu em função de um poder sem escrúpulo ou limite. Podemos, novamente, afirmar que cada um vive diferentemente a cultura. Um professor de Língua Portuguesa entende de gramática, mas não sabe ao certo como fazer o cálculo de velocidade média; entretanto, ambos partilham dos mesmos componentes culturais e é isto que torna possível o convívio entre as pessoas.


"O que  põe o mundo em movimento é a interação das diferenças, suas atrações e repulsões;
a vida é pluralidade,  a morte é uniformidade."
(Octavio Paz) 

Escrito por:
Alex Ramalho, Bruno Carvalho, Daniel Resendes, Erick Henrique, Jéssica Veríssimo e Roberta  Florentino.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A Cultura Tem uma Lógica Própria / A Cultura é Dinâmica


O texto que nosso grupo abordará nesta resenha tem como tema central a cultura e os diferentes modos de enxergar o mundo de acordo com a sociedade que estamos inseridos. Nesta resenha iremos citar alguns trechos do livro Cultura Um conceito antropológico de Roque de Barros Larai, procurando assim facilitar o entendimento do tema para todos que lerem o blog.
Os seres Humanos procuram desde sempre justificar tudo que existe ao seu redor e a cultura é grande responsável por isso, ela determina o modo de vida e o comportamento de uma determinada sociedade, por isso muitas vezes é fácil diferentes grupos culturais encontrarem justificativas distintas para um mesmo assunto, um exemplo que o autor utiliza logo de cara em seu livro é o seguinte. (Uma conhecida nossa perguntou a um caipira paulista como é que o sol morre todos os dias no oeste e nasce no leste) " Ele volta apagado durante a noite",  oque queremos mostrar com esse exemplo é que a resposta do caipira citado, não é errada, por mais que isso possa parecer absurdo ou suar engraçado para nós, essa é uma resposta de uma pessoa que tem outra concepção do mundo ao seu redor, pois ele se baseia no que tem como informação e lhe parece logico dentro de sua cultura para poder explicar algo, isto é o que podemos chamar de coerência de habito cultura. Como observamos no exemplo anterior nem sempre as pessoas percebem as coisas ao seu redor da mesma maneira, isso se dá exatamente por causa da diferença de cultural de cada individuo.

É muito fácil para a nossa sociedade encontrar respostas para algumas coisas em nossa vida, como o próprio autor cita em seu livro a nossa sociedade dispõe de ferramentas que nos possibilita desvendar o nosso entorno, considerando como certo tudo aquilo que a ciência de alguma forma nos prova ser verdadeiro ou não, ou seja, nossa sociedade culturalmente acredita no que a ciência nos mostra, prosseguindo ainda com o exemplo que o próprio autor nos dá, ele fala sobre o homem tribal, que não possui do mesmo amparado tecnológico, mas que mesmo assim tem respostas para a sua realidade, tendo a mesma validade das nossas verdades científicas. Cada membro das diversas sociedades humanas existentes procura da sua maneira explicar o mundo de sua forma procurando lógicas e coerências dentro do seu próprio sistema cultural.
Gostaríamos de deixar ressaltado a todos que leem este texto que TODO E QUALQUE SISTEMA CULTURAL sempre se modificam, pois faz parte do desenvolvimento de cada cultura esse processo de modificação, até mesmo por isso as culturas são consideradas dinâmicas. Cada sociedade ao longo do tempo altera um pouco sua cultura, a diferença entre elas é somente a velocidade que ocorre esse processo, mas nenhuma cultura fica estagnada.
Muitos são os fatores que podem influenciar as mudanças culturais, temos na maioria das vezes mudanças mais sutis que é de responsabilidade do tempo, pois a cultura que temos hoje não será igualzinha a que teremos daqui um século, no livro Cultura Um conceito antropológico o autor ainda cita que existem dois tipos de mudanças culturais, esta que foram apresentadas acima classificadas como mudanças culturais internas que ocorrem mais lentamente e temos também a segunda mudança é aquele que é considerada mais rápida e brusca, muitas vezes responsável pelas catástrofes ambientais, a tecnologia nos dias de hoje também é grande responsável por mudanças de hábitos culturais, Como por exemplo há mais o menos uma década atrás não existia essa grande extensão de celulares sofisticados, tinha até mesmo pessoas que nem sabia o que era, dependendo para qual sociedade for instaurada pode causar um impacto igual a de uma catástrofe. Todo tipo de mudança é capaz de influenciar uma sociedade culturalmente falando, seja uma guerra que aconteça em algum canto do mundo, uma descoberta cientifica, mudanças de padrões de beleza, regras morais e até mesmo a maneira de se vestir marca culturalmente uma determinada época. Então estas mudanças acarretam normalmente em resistência , visto que muitos dos aspectos culturais estão sempre ligados entre si , a sempre uma alteração mínima , o que pode se dizer que ocorrendo essa mudança pequena ela pode acabar acarretando em cima das outras culturas uma grande mudança.
    
A partir de um determinado momento a cultura é modificada querendo ou não pelo ser humano, até mesmo as vegetações com o passar dos anos pode ser mudadas, por influencia do homem ou por conta de uma catástrofe, o autor demostra que  toda cultura tem sua própria lógica, empregando um termo bastante utilizado, o “Etnocentrismo”, expondo que seria um ato etnocêntrico tentar transferir a lógica de uma cultura para outra.
Sendo assim o grupo conclui que o 'ambiente' exerce um papel fundamental sobre as mudanças culturais, porem não é único, os homens mudam sua maneira de encarar o mundo  por  transformações da consciência social, toda mudança cultural é importante para o desenvolvimento das distintas sociedades, devemos assim procurar aprender com as diversas culturas existentes em nosso mundo, deixar de lado preconceitos e estereótipos e tornarmos pessoas com uma cultura mais abrangente.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Ideia Sobre a Origem da Cultura

Teorias modernas sobre a cultura


O que queremos dizer com evolução? Para a maioria das pessoas, a palavra evolução provavelmente significa o desenvolvimento gradual das diversas espécies vivas, umas a partir das outras. Talvez ao longo das linhas propostas por Charles Darwin em seu trabalho “A Origem das Espécies”. No entanto consideraremos evolução num contexto muito mais amplo do que o da origem e desenvolvimento da vida.  Voltemos no tempo para considerar a expansão primordial do Universo, bem antes do aparecimento da vida.


Como o Universo começou? Houve um começo? Muitas teorias foram propostas em diferentes épocas, algumas baseadas na ciência física, outras em fundamentos espirituais, metafísicos ou filosóficos. Atualmente, a teoria mais aceita no Ocidente é o modelo cientifico baseado na noção de que o Universo teve início com um grande estouro, um “Big-Bang”, há cerca de quinze bilhões de anos. De acordo com essa teoria, todo o Universo que conhecemos surgiu de uma gigantesca bola de fogo superaquecida que explodiu, se expandiu e resfriou-se rapidamente, condensando ao longo de bilhões de anos incontáveis galáxias e miríades de estrelas.
Desde o início do universo até os dias de hoje, a evolução tem inexoravelmente levado a uma complexidade cada vez maior: o aumento da diversidade, da organização e da conectividade. Desta crescente complexidade, surgiram novas ordens de evolução e não há motivo lógico para supormos que essa tendência venha a ser interrompida agora.
Para termos ideia do novo nível de complexidade da sociedade atual, devemos antes examinar a questão do aumento da diversidade. Em termos evolucionários, há dois aspectos principais na diversidade. O primeiro é a variedade, isto é, a existência de uma ampla gama de tipos em um grupo. Isso é algo que já ocorre com a humanidade; não importa como se faça a subdivisão dos membros das espécies humana (por nacionalidade, raça, tipo físico, profissão ou doutrinas), certamente não há escassez de variedade.
O segundo aspecto da diversidade é o crescimento em termos numéricos. A população humana tem aumentado rapidamente, tendência que muitos consideram negativa. Porém, de uma perspectiva evolucionária, o aumento numérico é vital à medida em que contribui para a complexidade a partir da qual a evolução se torna possível.
Num aumento exponencial, a taxa de crescimento é diretamente proporcional ao tamanho atual. Isso significa que, quanto maior for uma coisa, mais depressa ela crescerá. A população é o exemplo clássico.
A possibilidade de a população estabilizar-se em torno de dez bilhões de habitantes é interessante. Este valor parece indicar o numero aproximado de elementos que é preciso reunir antes que possa surgir um novo nível de evolução. É aproximadamente a quantidade de átomos que existe numa célula viva simples e de células presente no córtex do cérebro humano. Se o mesmo limitar-se a manter os níveis superiores de integração, a raça humana poderá rapidamente aproximar-se do estágio em que haverá uma quantidade suficiente de consciências auto-reflexivas no planeta para despontar o próximo nível evolucionário.
Números apenas não bastam para provocar um grande salto evolucionário. O primeiro passo em direção a organização social geralmente é o aglomera mento de elementos. A tendência dos componentes se agruparem. No caso da sociedade humana, podemos traçar um movimento contínuo: de pequenos grupos, de vilas tribais e clãs hereditários até pequenos países e estados; e de nações a grupos maiores que transcendem fronteiras geográficas e raciais.
Os grupos à medida que aumentam e se integram também tornam-se mais organizados.  Em vez de todos realizarem basicamente a mesma tarefa, como nas sociedades primitivas de caçadores e colhedores, há nas sociedades modernas um alto grau de especializações.



Hoje em dia praticamente todos são especialistas. A interdependência e as interações da sociedade humana que disso resultam geraram uma estrutura social altamente complexa. O simples fato de pegarmos um carro e irmos ao supermercado fazer compras, exige uma rede mundial interligada ocupando pessoas nos mais diversos lugares: um seringal, um posso de petróleo, uma refinaria, uma usina siderúrgica, uma mina de cobre, uma fábrica de automóveis, uma fazenda de laranja, um fabricante de vidros e diversas firmas de importação, exportação, entre outras.
Não é apenas em um plano material que a sociedade esta cada vez mais organizada. A evolução dos seres humanos fez surgir a consciência auto-reflexiva e, com ela, a capacidade de refletir sobre o mundo que habitamos. Com isso, abriu-se a possibilidade de haver uma evolução em nível mental, onde podemos constatar a tendência organizadora manifestando-se em nós de diversas maneiras.
As muitas facetas do conhecimento humano também podem ser consideradas maneiras de organizar nossas experiências do mundo. Cada disciplina científica representa um modo particular de buscar regras e leis subjacentes, de buscar e revelar a ordem do mundo em que vivemos. A arte, do mesmo modo,  tenta trazer à consciência humana ordens ocultas da criação. Destas e de muitas outras maneiras, os seres humanos estão constantemente descobrindo novas relações e organizando cada vez mais as informações que dispomos a cerca do mundo.
Isso a sociedade humana levou a um estágio além. Organizamos informações em nós mesmos e no mundo ao nosso redor, compartilhamos nossas informações conscientemente e alteramos o externo e o interno sem esquecer-se de nossas características que nos tornam únicos. Se uma das respostas para “o que é evolução?” é a passagem de um estágio simples a algo mais complexo, então de fato a humanidade, ao longo de sua história e modo de agir alcançou.

BASES:

- OICT - Monografia 32 - paginas 15, 16 e 17. Monografia 34 - pgs 19, 20 e 21.

 - Referências ideológicas do Thomas S. Khun  
Livro: A Estrutura das Revoluções Cientificas

- (Teoria baseada no conceito do livro "Cultura: Um conceito Antropológico" de Laraia, Roque de Barros)


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A cultura condiciona a visão do homem



(Teoria baseada no conceito do livro "Cultura: Um conceito Antropológico" de Laraia, Roque de Barros)


     O texto apresentado no livro, nos mostra que a cultura por si só, é a “lente” pela qual o homem enxerga o mundo ao seu redor, sendo essa visão diferente em vários aspectos, indo das mais simples (como a forma do riso) até as mais complexas que envolvem técnicas de nascimento e formas de se portar a mesa, onde o autor inclui o exemplo de dois jovens, um inglês e um francês, mostrando que seus trejeitos são completamente diferentes graças as suas culturas diferentes, além de outros aspectos, sobre como os ocidentais se surpreendem com o uso de palitos como talheres pelos japoneses, por exemplo.

     Utilizando-se dessa gama variada de exemplos divididos em categorias mais diferentes ainda, é que de um jeito ou de outro, a cultura vai acabar sempre sendo o seu ponto de vista inicial para qualquer coisa que possa acontecer durante a nossa vida, o tema que também fora abordado durante algumas aulas desse semestre, nos mostra também que é basicamente impossível de se adquirir uma imparcialidade, já que nossa opinião sempre vai partir de determinada situação onde temos um pensamento já formado anteriormente graças a nossa própria cultura.

     É um assunto que pode vir a render horas e mais horas de discussão, justamente por cada indivíduo ter sua própria visão do assunto – que obviamente, terá como base os elementos culturais aos quais a vida dele foi submetida – e por isso, talvez, seja tão difícil falar sobre o tema, já que dificilmente se chegará a um consenso. 

     O que podemos dizer é que seja de uma forma ou de outra, a visão que a sociedade tem do mundo, do lugar onde vive, das coisas que a cerca e do que gosta ou deixa de gostar, tem em altíssima parcela, a cultura como base de suas ideias, de seus argumentos e de suas opiniões, sejam elas o mais diferente possível.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Antecedentes Históricos no Conceito de Cultura

(Teoria baseada no conceito do livro "Cultura: Um conceito Antropológico" de Laraia, Roque de Barros)



O conceito de cultura nem sempre foi como o conhecemos hoje,ao final do século XVII cultura (Kulture-germânico) simbolizava aspectos espirituais de uma comunidade apenas,até que Edward Tyler (1832-1917),deu um novo sentido,em inglês “Culture”,que é mais próximo do que conhecemos atualmente que é “ união de conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes ou qualquer outro hábito adquiridos pelo homem dentro de uma comunidade”.O conceito de cultura foi formalizado por Tyler,mas na verdade foi consequencia das ideias de John Locke que em 1690,já tentava demonstrar que nascemos como uma caixa vazia que tem a capacidade de armazenar uma infinidade de conhecimentos que são adquiridos em grande parte pelo seu convívio com sua comunidade o que faz com que cheguemos a um aparentemente,simples conclusão: o que é uma verdade absoluta em determinada cultura pode ser o oposto em outra e isso “herdamos” do convívio em sociedade desde nossos ancestrais. Cultura são todas as características de um povo,tudo que é adquirido “de pai para filho”, vai além da genética é a união das características da sociedade em que se vive.






domingo, 2 de setembro de 2012

“O Desenvolvimento do Conceito de Cultura”


(Teoria baseada no conceito do livro "Cultura: Um conceito Antropológico" de Laraia, Roque de Barros).

 Tylor considera cultura como um fenômeno natural. E que a religião embute conceitos no individuo, que impossibilita-o de agir ou pensar de forma imparcial, pois já tem pré-conceitos formados. Mais do que preocupado com a diversidade cultural, Tylor a seu modo preocupou-se com a igualdade existente na humanidade, acreditando que a diversidade é resultado dos diferentes estágios no processo da evolução. O seu livro foi produzido nos anos em que a França sofria impacto da obra de Charles Darwin, "A Origem das Espécies" na linha do evolucionismo unilinear, nesta mesma época ocorre uma exploração dos estudiosos sobre o Desenvolvimento das Instituições Sociais, buscando no passado, explicações para os procedimentos sociais da atualidade.

Indo mais a fundo, Laraia expõe também conceitos de diversos antropólogos sobre o desenvolvimento da cultura. Tylor foi considerado o ‘pai’ do ‘difusionismo cultural’ porém, o fato de não aceitar a idéia de que a cultura possui uma “evolução multilinear” , trouxe a ele muitos desafetos e críticas. Quem mais criticou esta linha de raciocínio foi o antropólogo Franz Boas em sua obra “The Limitation of the Comparative Method of Anthropology”. 
A critica consistia no fato de Boas discordar da opinião de Tylor sobre a sugestão de funções da antropologia, ele defendia que a mesma poderia mensurar e esquematizar com precisão o “futuro” cultural dos povos menos desenvolvidos a este respeito com base nos povos mais desenvolvidos culturalmente, os europeus, por exemplo. Já Franz Boas, considerava como atribuições da antropologia traçar um comparativo entre as diferenças culturais dos povos, trabalhando com os dados obtidos para a compreensão dos diversos segmentos trilhados pela cultura em povos distintos, e não tendenciar estas diferenças apontando que uma está mais evoluída que a outra e que todas as menos evoluídas seguirão o caminho percorrido pela cultura considerada mais evoluída. Afinal, quais fatos podem assegurar que existem culturas mais evoluídas e que, com precisão, as menos evoluídas seguirão seu caminho?


Em outro ponto do capítulo, acerca das declarações de Alfred Kroeber sobre a cultura, Laraia diz que é necessário que o indivíduo, além de inteligência, tenha ao seu alcance meios que proporcione “descobrir suas habilidades e desenvolvê-las. Concordando com o ponto de vista do autor,  esses “materiais”, como expressa o autor, interferem na cultura do indivíduo, e o proporciona descobrir e aprimorar talentos ocultos, que em outra realidade, assim permaneceriam. 
O próprio Laraia exemplifica, citando Alberto Santos Dumont, que muito provavelmente não teria deixado como herança para a humanidade o avião, pois não teria tido acesso a todo o conhecimento e materiais necessários para a realização do feito em uma cidade de interior, onde não obteria fontes de conhecimento específicas como auxílio. Antes de encerrar o capítulo, o autor aborda um ponto muito interessante quando fala sobre a repressão dos instintos humanos pela cultura. Ele exemplifica com uma criança que segue seu instinto procurando pelo seio da mãe, ao longo do processo de crescimento essa criança desenvolve a capacidade de comunicação; essa capacidade o possibilita aprender e vivenciar a cultura na qual está inserida. Após esse processo de comunicação inicial, já na sua fase adulta, o indivíduo começa a se enquadrar no que Laraia chama de “padrões sociais”, e é a cultura é quem determina esses padrões, gera recalques e acordos sociais que levam o individuo a reprimir seus instintos e desejos para ser aceito na sociedade a qual está inserido. Desta forma, o autor conclui o assunto afirmando que “a comunicação é um processo cultural”, ou seja, o ato de se comunicar é uma manifestação cultural.

Concluímos que, por mais explorado que o conceito de desenvolvimento de cultura sejam sempre irá existir estudiosos, antropólogos com opiniões divergentes, portanto a efetiva definição desse conceito é uma particularidade.