(Teoria baseada no conceito do livro "Cultura: Um conceito Antropológico" de Laraia, Roque de Barros).
Tylor considera cultura como um fenômeno
natural. E que a religião embute conceitos no individuo, que impossibilita-o de
agir ou pensar de forma imparcial, pois já tem pré-conceitos formados. Mais do que preocupado com a diversidade
cultural, Tylor a seu modo preocupou-se com a igualdade existente na
humanidade, acreditando que a diversidade é resultado dos diferentes estágios
no processo da evolução. O seu livro foi produzido nos anos em que a França sofria
impacto da obra de Charles Darwin, "A Origem das Espécies" na linha do evolucionismo unilinear, nesta
mesma época ocorre uma exploração dos estudiosos sobre o Desenvolvimento das
Instituições Sociais, buscando no passado, explicações para os procedimentos
sociais da atualidade.
Indo mais a fundo, Laraia expõe também
conceitos de diversos antropólogos sobre o desenvolvimento da cultura. Tylor
foi considerado o ‘pai’ do ‘difusionismo cultural’ porém, o fato de
não aceitar a idéia de que a cultura possui uma “evolução multilinear” , trouxe a ele muitos desafetos e críticas.
Quem mais criticou esta linha de raciocínio foi o antropólogo Franz Boas em sua
obra “The Limitation of the Comparative
Method of Anthropology”.
A critica consistia no fato de Boas discordar da
opinião de Tylor sobre a sugestão de funções da antropologia, ele defendia que
a mesma poderia mensurar e esquematizar com precisão o “futuro” cultural dos
povos menos desenvolvidos a este respeito com base nos povos mais desenvolvidos
culturalmente, os europeus, por exemplo. Já Franz Boas, considerava como
atribuições da antropologia traçar um comparativo entre as diferenças culturais
dos povos, trabalhando com os dados obtidos para a compreensão dos diversos
segmentos trilhados pela cultura em povos distintos, e não tendenciar estas
diferenças apontando que uma está mais evoluída que a outra e que todas as
menos evoluídas seguirão o caminho percorrido pela cultura considerada mais
evoluída. Afinal,
quais fatos podem assegurar que existem culturas mais evoluídas e que, com
precisão, as menos evoluídas seguirão seu caminho?
Em outro ponto do capítulo, acerca das
declarações de Alfred Kroeber sobre a cultura, Laraia diz que é necessário que
o indivíduo, além de inteligência, tenha ao seu alcance meios que proporcione “descobrir suas habilidades e desenvolvê-las.
Concordando com o ponto de vista do autor, esses “materiais”, como expressa o autor, interferem
na cultura do indivíduo, e o proporciona descobrir e aprimorar talentos
ocultos, que em outra realidade, assim permaneceriam.
O próprio Laraia exemplifica, citando
Alberto Santos Dumont, que muito provavelmente não teria deixado como herança
para a humanidade o avião, pois não teria tido acesso a todo o conhecimento e
materiais necessários para a realização do feito em uma cidade de interior,
onde não obteria fontes de conhecimento específicas como auxílio. Antes de
encerrar o capítulo, o autor aborda um ponto muito interessante quando fala
sobre a repressão dos instintos humanos pela cultura. Ele exemplifica com uma
criança que segue seu instinto procurando pelo seio da mãe, ao longo do
processo de crescimento essa criança desenvolve a capacidade de comunicação;
essa capacidade o possibilita aprender e vivenciar a cultura na qual está
inserida. Após esse processo de comunicação inicial, já na sua fase adulta, o
indivíduo começa a se enquadrar no que Laraia chama de “padrões sociais”, e é a cultura é quem determina esses padrões,
gera recalques e acordos sociais que levam o individuo a reprimir seus
instintos e desejos para ser aceito na sociedade a qual está inserido. Desta
forma, o autor conclui o assunto afirmando que “a comunicação é um processo cultural”, ou seja, o ato de se comunicar é uma manifestação cultural.
Concluímos que, por mais explorado que o
conceito de desenvolvimento de cultura sejam sempre irá existir estudiosos,
antropólogos com opiniões divergentes, portanto a efetiva definição desse
conceito é uma particularidade.
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