terça-feira, 28 de agosto de 2012

Etnocentrismo e Relativismo Cultural


O que é Etnocentrismo?

Etnocentrismo é um fenômeno social, que ocorre quando um indivíduo ou determinado grupo de pessoas, vê sua Etnia (crença, cultura, religião, costumes, etc.) como superior. Desrespeitando e menosprezando aqueles que diferem do que lhe cabe como “cultura suprema” ou “padrão”.
O etnocentrismo pode agir de duas formas.
A primeira seria o preconceito mais comum, onde o indivíduo/grupo tente a eliminar qualquer relação positiva com o diferente. Exaltando sua cultura de modo exaustivo e depreciando qualquer outra que não lhe caiba.
Em sua segunda forma, o etnocentrismo aparece como “regra”, fazendo com que as pessoas se moldem a forma ditada por determinada cultura.
Tal fenômeno antropológico, é a razão para diversos genocídios ao decorrer de nossa história, ao mesmo tempo em que constrói estereótipos e pré-conceitos diários.
O Holocausto Judeu, liderado por Adolf Hitler, e o Genocídio Armênio, liderado pela cultura Turca foram motivados por etnocentrismo, ou seja, a intenção de eliminar toda uma etnia tida como inferior aos que conduziram tal matança.
Como exemplo de rotina, podemos enxergar o etnocentrismo nas brigas entre torcidas organizadas, que por muitas vezes acabam em morte.
Não confunda! Ter um time, torcer por ele é comum. O etnocentrismo se revela quando a rivalidade esportiva chega ao nível do asco, da violência gratuita, da necessidade de eliminação do outro.

 O que é Relativismo Cultural?

O Relativismo Cultural é a ideia de que todas as etnias/culturas tem valor igualitário.
Independentemente de suas diferenças, não são menos ou mais importantes do que aquelas que a permeiam.
Visa o respeito acima de tudo, trabalhando com a agregação de valores que uma cultura pode oferecer a outra, e a importância que todas têm na sociedade.

Determinismo Biológico e o Determinismo Geográfico


A grande diversidade cultural da espécie humana sempre fez parte da discussão entre os antropólogos.
Nesse mesmo âmbito, um dos pontos em questão é se as diferenças biológicas e/ou as diferenças geográficas afetam de forma determinante a cultura de cada povo ou indivíduo.


Quanto ao determinismo biológico, podemos definir como a influência cultural de um lugar sobre uma pessoa sem nenhuma ligação genética. Diversas são as teorias que atribuíam capacidades específicas inatas a alguns grupos ou etnias. Entretanto, os antropólogos atuais, estão convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes para as diferenças culturais.

Ainda nesse sentido, Felix Kessing defende que “qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação conveniente de aprendizado”.
Além disso, foi comprovado cientificamente que o nível das aptidões mentais é quase o mesmo em todos os grupos étnicos. Até mesmo a divisão sexual do trabalho é determinado culturalmente e não em função de uma racionalidade biológica.

A cerca do determinismo geográfico, no final do século XIX foram desenvolvidas teorias que defendiam que o ambiente físico condiciona a diversidade cultural. No entanto, a partir do século XX, alguns antropólogos comprovaram ser possível e até comum existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de ambiente físico.
Podemos encontrar essas diferenças culturais dentro do nosso país, no Parque Nacional do Xingú, onde o habitat é o mesmo, e encontramos diferentes tribos como os Kamayurá e os Kayabi, por exemplo que possuem costumes muito diferentes, enquanto o primeiro se limita a caça de aves e peixes, o outro caça grandes mamíferos.
Atualmente a antropologia considera que a “cultura age seletivamente”, e não casualmente, sobre seu meio ambiente, “explorando determinadas possibilidades e limites ao desenvolvimento, para o qual as forças decisivas estão na própria cultura e na história da cultura”.
Com isso, podemos concluir que: a grande qualidade da espécie humana foi romper suas próprias limitações.